O novo ano não é um ano novo. É a continuidade da vida com um interlúdio festivo. Não mudamos porque o ano seja novo! Mudamos porque a vida nos bate na cara, ou porque a nossa inteligência e o nosso amor nos dizem que devemos ser mais humildes aqui ou mais reivindicativos acolá, mas sempre mais humanos! E ser mais humano não é deixar cair os nossos legítimos interesses e direitos, mas usá-los como quem sabe que possui uma força que deve ser habilmente conduzida, e não uma verborreia de impropérios que apenas nos satisfaz momentaneamente. Há que ter horizonte na relação pessoal com os outros e connosco mesmos. Devemos querer ver para além do nevoeiro que talvez em determinadas circunstâncias até tenha sido um porto de abrigo, fazendo-nos pensar naquilo que de outra forma não reflectiríamos. De uma vez por todas clamemos pelo autoconhecimento abstraindo-nos daquilo que pensamos ser, para procurar com autenticidade o que somos de facto. Talvez não fosse mau sabermos que só somos bons porque fazemos algo de sentido e não forçosamente útil. Porque só assim podemos cumprir a missão de nos realizarmos no que queremos e podemos fazer, e não apenas porque achamos que devemos fazer.
Mesmo sabendo que muita gente gosta de gumes afiados, e mesmo sabendo que aprendemos com os outros a ser assassinos da condição humana, há que continuar a acreditar e a não seguir esses exemplos. Agir com responsabilidade, humanismo e sensatez, como quem sabe que qualquer actuação interfere - ainda que não se queira -, com a vida dos outros. Por actos deliberados e puras omissões. Dizermos que não fazemos mal a ninguém, pode ser afinal maior erro do que o erro como o concebemos. Devia haver o Dia Internacional da Responsabilização por Omissão. Sempre nos levava a reflectir alguma coisa. Dizemos que não fazemos mal a ninguém, mas se o Ano falasse por certo não teria essa certeza. Imprescindível, pois, não são os votos de boas entradas no ano novo, mas a disponibilidade que possamos ter para nós mesmos e para os outros, numa vertente concertada de espaço inter-relacional. Então sim, será um novo ano, não no calendário, mas dentro das nossas vidas.
Mesmo sabendo que muita gente gosta de gumes afiados, e mesmo sabendo que aprendemos com os outros a ser assassinos da condição humana, há que continuar a acreditar e a não seguir esses exemplos. Agir com responsabilidade, humanismo e sensatez, como quem sabe que qualquer actuação interfere - ainda que não se queira -, com a vida dos outros. Por actos deliberados e puras omissões. Dizermos que não fazemos mal a ninguém, pode ser afinal maior erro do que o erro como o concebemos. Devia haver o Dia Internacional da Responsabilização por Omissão. Sempre nos levava a reflectir alguma coisa. Dizemos que não fazemos mal a ninguém, mas se o Ano falasse por certo não teria essa certeza. Imprescindível, pois, não são os votos de boas entradas no ano novo, mas a disponibilidade que possamos ter para nós mesmos e para os outros, numa vertente concertada de espaço inter-relacional. Então sim, será um novo ano, não no calendário, mas dentro das nossas vidas.