Somos partidários de uma vida sensata, equilibrada, razoável, mas não é a nossa. Onde há loucura, há amor. Onde não há loucura, já não há amor. Natal é sempre que nos damos gratuitamente em amor e amizade como nos anónimos dias do ano, e sê-lo-á sempre que estivermos onde mais ninguém está! Porque quem dorme nas palhas da fealdade da vida, dos cobertores que cobrem o frio da rua, dos envergonhados na miséria e humildade (mas também na tristeza mascarada com um sorriso apagado), estão tantas vezes - nesses estábulos que indiferenciamos ou nem reconhecemos os sinais -, muito mais perto daquele Presépio verdadeiro, do que muitos de nós com cânticos natalícios regados com vinhos, perus, bacalhau, borregos, doces de toda a espécie, estonteamento material de prendas e risos, circos finos e mesas fartas e até missas do galo.
O Natal justifica luzes, cânticos e tudo o resto. Desde que os cânticos e iluminações que rodeiam este evento maravilhoso não ignore que na raiz está um facto humano de comovedora e infinita ternura: um nascimento, na humildade e na pobreza de uma gruta.
A todos os que me acompanham pelo blog, desejo, pois, um Natal quente na alma. Agradeço também a amizade de muitos que por aqui passam, desculpem-me nem sempre vos comentar (estou a pensar desactivar os comentários porque não consigo dar a volta a todos os blogs em partilha e agradecimento - apenas ler - e assim também é uma forma de me lerem sem terem de comentar) e mais do gostarem, espero que ponham em prática o que vemos neste vídeo que escolhi como mensagem de Natal!
Perceberão melhor a loucura de que falo no início, e que também nos faz reflectir naquela frase que diz que todos querem mudar o mundo mas ninguém se muda a si próprio.
Por isso, longe ou perto, na multidão ou no silêncio, é na amizade que se faz Natal. Como neste filme em gestos tão simples do quotidiano. E, afinal, não é verdade que somos todos estranhos até nos conhecermos? Bora lá fazer Natal!
FELIZ NATAL
