22.7.12

CONSPIRAÇÃO DA LUZ



Os frémitos do dia
ouvem-se ao longe.
Os raios de sol
ensaiam a luz.
Estou só no jardim
sagrado da manhã.
Todos dormem.
Todos sonham.
Mãos dadas em sorrisos
que ofertaram...

Os pássaros chilream,
a brisa afaga-me, e estou
tranquilamente só,
neste jardim onde
as estátuas me falam,
e a madrugada se despede,
mergulhando em si
para acalentar outra noite,
onde talvez de novo
a encontre em silêncios
sábios e abraços ausentes.



Neste jardim que
não fere e protege.
Neste recanto onde
Deus me dá a mão,
mesmo quando no
último vínculo da aurora
pergunto onde está! 

Nas margens do alvorecer
já sinto pouca a paz que tive.
E quando me transformo
de novo num ser
entregue ao dia,
já no jardim se gravou
a estátua,
onde o coração bate
sob o mármore que a faz,
qual Deus que me existe,
quando, não O vendo,
pergunto onde está...