8.7.12

QUE TE DIREI HOJE?

Que te direi hoje, no imenso oceano da distância? Que te direi hoje, neste espaço intemporal dos sentimentos? Que te direi hoje, no cansaço repetido das palavras?

Talvez a distância não seja cósmica e a proximidade se instale mais prazeirosa do que o terrível silêncio da existência. Talvez os sorrisos se encontrem no vento entre murmúrios longínquos de esperança. Talvez os olhares contemplem a mesma ilusão que tarda a realidade.

E, todavia, o Tempo passa sem objecções, ditador e contundente, célere e aglutinador, como uma almofada que te asfixia a respiraçao numa angústia indetectável. Correrás mundos e marés em ondas de alegria, pesar e esperança. Sorverás o vento fresco e forte e ouvirás os medos da noite em manhãs tenebrosas de tempestades súbitas. E dormirás uma vida que mais ninguém conhece, em esperas no cais pela viagem imensa de um mundo sem ti...