29.5.14

A PAZ DE SER

 
 
Em nenhuma esquina da razão
encontrarás a paz do erro
quando dele não deres nota
ao tribunal da consciência
e fugirás,
crente de um caminho certo
como quem sonha ser real
o que afinal não vê!
 
Cercar-te-ás de força
para iludir a memória 
mas os gestos cobrir-te-ão
de vergonha no palácio
transparente da verdade. 
 
Só com rasgos de humildade
se apagam as pegadas
de quem pisa leviano
o  terreno do ser.
 
E a tua vida não muda
mesmo que aches que sim,
nas aparências que colocas
para caminhar na falsa
segurança de paz.
 
Mas se da vida
fazes um poema
em oração silente
e voz pujante,
e de tuas acções
saem bênçãos
como mãos amigas 
num olhar ferido,
em todas as esquinas da razão
encontrarás a paz de estar,
mesmo se do amor não te
tiveres apercebido,
e prosseguirás crente de um
caminho alegre
como quem sonha acordado
o desejo de ser,
porque é tua a vida,
a beleza e a entrega,
porque só quem age com amor
encontra a liberdade...