Instituem-se tantos dias de tudo e de nada (ontem, por ex., foi o Dia Mundial da Sanita) que há dias que, esses sim, deviam ser instituídos, como o Dia Mundial da Responsabilização por Omissão ou o Dia Mundial da Vergonha na Cara! No primeiro caso, lembrava-nos que não somos apenas responsáveis pelo que fazemos, mas sobretudo pelo que deixamos de fazer. Quando dizemos que não fazemos mal a ninguém, caímos nesse erro de achar que somos uns santos porque estamos quietinhos no nosso canto, mas não intervir pode ser fatal, e urge tomar partido ao invés das zonas cinzentas! As nossas acções repercutem-se sempre nos outros, directa ou indirectamente, mas as omissões também e, por vezes, nada fazer, pode ser pior do que quando intervimos! E o Dia Mundial da Vergonha na Cara porque hoje, há muito se deu por adquirido que a trafulhice, a espertice, o fintar as regras, o jogar baixo, o difamar, baseados naquilo que julgamos e não no que é, enfim, o desrespeito absoluto pela mais elementar regra de ética, pela profunda ausência de moral e pela total falta de verticalidade, honra e princípios, são considerados normais com argumentos sonegados à razão que verdadeiramente só existe em quem sabe harmonizar com outros valores e não na cegueira da sua visão mesquinha, adulterada e vergonhosa, uma conduta digna de um ser humano que sabe que para se ser pessoa digna desse nome, é preciso muito mais do que crenças pessoais de inveja, ou argumentos técnicos travestidos de verdade!
Devia, pois, haver a celebração destes dois dias, Dia Mundial da Responsabilização por Omissão e Dia Mundial da Vergonha na Cara, porque se o Amor, a Amizade e o Perdão são imperativos categóricos da dignidade da Pessoa Humana, também o deviam ser a exigência educada mas firme de não aceitar dos outros qualquer baixaria só porque se tornou cretinice contornar as regras, fazer valer o ponto de vista pessoal passando sobre tudo e todos, incluindo regras de convivência e amizade, para se atacar com desnível quem queremos a nosso bel prazer, aplaudidos por outros macacos que já não sabendo a diferença entre palhaços, pessoas sem escrúpulos e mentirosos, vêem na espertice saloia e no erro reiterado o caminho certo de uma suposta nova humanidade...
