23.7.12

...TRÍPTICO DO AMOR...


1.

no silêncio eu sou.
no sorriso triste choram as estrelas
que a madrugada vê.
neste silêncio do mundo
retempero sem forças a alma
noutro sorriso de lágrimas que a noite guardou.















2.

amar.te.ei se em mim repousares
a esperanca da entrega.
amar.te.ei se aceitares sem reserva
os ventos ciclónicos do amor.
se abrires o jardim e me deixares entrar.
o meu santuário está aberto.
não o faças exposição colectiva.
entra nele e fecha a porta
antes que o aroma se perca
e outra luz nele queira brilhar.




3.

são tantos os lamentos do amor,
meu deus, tantos.
e mostram, uma vez mais,
o coração ferido e a alma destroçada.

recompõem-se na própria dor e continuam em frente com a lembrança triste de um passado doloroso que tantas vezes nem foi, excepto na realidade inventada de quem queríamos como nós.

Hoje digo-vos,
como quem tenta insuflar na alma
o espírito que lhe preside,
e não o que inventamos na categoria dos outros,
oh almas inquietas e sofridas,
companheiras anónimas
que me desabafam o ser:

Sejam as amolgadelas do amor que não foi,
um certificado de que pelo menos amámos sempre...