Escrevo (ou partilho), não sobre tudo o que é hodierno, mas sobre quase tudo o que mexe comigo (humor, pensamentos, actualidade...). Retenho de tanta coisa do nosso Primeiro, duas citações, respectivamente de Baptista Bastos e João Miguel Tavares. Há coisas que não precisamos escrever por palavras nossas. E Sócrates para mim é apenas uma figura pública. Não sou partidário (mas sou a favor do voto dado que a abstenção promove quem acaba por ganhar), e da mesma maneira que não tenho cor politica (muito menos partidária), também a não tenho futebolística. E isto dá-me uma enorme liberdade para a isenção, o que não invalida que, quem seja filiado nalgum clube de futebol, partido político ou seita religiosa, não tenha poder de isenção, mas a crítica fica mais envergonhada.
Aqui ficam, então, as citações que refiro acima e que subcrevo inteiramente, o B. Bastos mais a sério e o João Tavares que na sua irreverência e ironia, também tem momentos de grandes verdades.
No Congresso do PS "como [José Sócrates] não falou para o exterior, como nada disse depois de muito falar, como demonstrou um silencioso desprezo pelos males gerais da sociedade - este político medíocre, que tem alta ideia de si próprio, retoma-a, para uma plateia de ombros caidos e lugubremente submissa. Porém, aquela plateia não é o País, nem sequer expressiva do PS. [Apenas representava 1/3]. Tenham lá paciência e haja Freud".
"Ver José Sócrates apelar à moral na política é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte de Cicciolina. (...) José Sócrates, no entanto, preferiu a fuga para a frente, lançando-se numa diatribe contra directores de jornais e televisões, com o argumento de que "quem escolhe é o povo porque em democracia o povo é quem mais ordena". Detenhamo-nos um pouco na maravilha deste raciocínio: (...) como se a eleição de um governante servisse para aferir inocências e o voto fornecesse uma inabalável imunidade contra todas as suspeitas. É a tese Fátima Felgueiras e Valentim Loureiro -se o povo vota em mim, que autoridade tem a justiça e a comunicação social para andarem para aí a apontar o dedo? (...) Como político e como primeiro-ministro, não faltarão qualidades a José Sócrates.Como democrata, percebe-se agora porque gosta tanto de Hugo Chávez.
