Não é o rapaz com cara de pato; é a Fonte de Trevi
Não é o rapaz; é o Coliseu.
Não é o rapaz; é a interface.
Era giro cada bloguista postar um minuto que fosse filmado do telemóvel, da web cam, ou máquina fotográfica, um filminho (ou apenas o som para os que insistem em anonimatos), a dizerem qualquer coisa, nem que fosse "Sou o Zé Manel, moro em Blog-Tuga, tenho a idade que quiserem, e quando é que fazemos um jantar?" Ou apenas um clip de som a dizerem o que vos aprouver. Desafio feito. Deixo estas três fotos para dar o exemplo (se bem que não precisava, com tantas aí ao lado). Depois posso gravar qualquer coisa, mas só depois de haver reciprocidade. Um blog não é nada se não estiver ninguém do outro lado para interagir.
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Outra coisa gira é a idade. Vou fazer anos em breve. Quem me conhece sabe que costumo comemorar o meu dia de anos sozinho. Manias. Porque é o meu dia D (neste caso literalmente) ;) Podendo não parecer (!) fico meio tímido se me fazem ovações. Mas agora já não sou assim. Leiam umas linhas abaixo. Uma vez num campo de férias da Quimigal, escolheu-se aí um encontro de jovens de todo o Portugal. Os organizadores sabiam que eu fazia anos no domingo (foi de 6ª à noite até domingo e fizeram-se amizades), e apesar de saberem que só eles sabiam, decidiram no almoço de despedida do domingo (foi 15 de Abril, pronto) ;) dizer no final qualquer coisa deste estilo: "Bem, hoje temos aqui um jovem que faz anos [éramos 150]". Comecei a ficar encolhido, o pessoal que estava na minha mesa (daquelas redondas tipo casamentos e baptizados) ouvia com naturalidade porque não sabia, e eu comecei uma conversa qualquer para lhes desviar as atenções do que estava a ser dito para o geral. Mas o inevitável aconteceu e uns minutos depois lá estava tudo a cantar o "parabéns a você"... (que pele de galinha) e eu meio aparvalhado, tipo, não olhem p'ra mim que não sou eu e a cantar e a bater palmas para desviar as atenções, até que alguns no final decidem pegar em mim ao colo (sim, é verdade) e atirar-me três vezes ao ar. (Convenhamos que também era mais levezinho)... ;) Jesus Christ! Foi trauma ;)
Eu sei que estas coisas não interessam aos outros (mas também tenho de fazer o meu apostolado de partilha para não dizerem que pouco falo de mim, eh eh), mas já antes eu era muito cioso do meu dia de anos. Costumava oferecer um postal, ou um texto muito pessoal onde me mostrava, aos amig@s mais intim@s, por correio. Sim, é verdade. E durou muitos anos. Hoje, que estou quase a fazer 25 [eh eh, já vão ver mais à frente a minha idade)] dou por mim a dar-me num blogue (modernices) sem ser exactamente "olhem parti uma unha" e receber 300 comentários por isso. Sabem que há enésimos blogues assim. Até acho giro, mas nem sempre. Se for continuado, não só se torna estranho quem escreveu como sobretudo quem comenta. Coisa diferente é falarmos dos nosso estados de espírito ou como correm os projectos ou a falta deles, como correu o dia etc. Os blogues têm essa função catártica para muita gente e é dos mais pessoais que gosto, o que não invalida outras temáticas.
Mas agora acho que gosto mais de comemorar a data de forma diferente. Aceitam-se inscrições para quem quiser passar um dia horrível com um lobinho que costuma falar muito quando os interlocutores são monossilábicos ou perderam a lingua, e costuma falar pouco quando se dá a situação contrária. Teriam por certa uma experiência traumática para contar no blogue, como tão bem fazem o Peter of Pan ou o Rafeiro Perfumado, que escrevem deliciosamente coisas sérias a brincar. Mas as inscrições depois terão de ser afuniladas até só haver uma pessoa, duas ou três. Sim, sou muito intimista.
Ok, deixando agora os meus minutos de fama, toda esta conversa para dizer que há um site que partilho com vocês onde podem ver as vossas idades nos diferentes planetas do nossos sistema solar. Para terem uma ideia, este ano farei 186 anos (sim, 186) a 29 de Abril ( e não a 15, que é o dia) no planeta Mercúrio; 73 em Vénus (mas só em Outubro); 23 em Marte (já em Junho); 3 aninhos em Júpiter (mas só em 2011), 1 ano em Saturno (mas só em 2023), e ainda não fiz um ano pela idade terrestre em Urano, Neptuno e Plutão. Vejam também a vossa idade ;)
O desafio está lançado. Não se cortem ;) E colocarei aqui os links dos blogues que aceitarem. Com destaque. :)
Até já e obrigado.
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Nos blogues, os seus autores partilham um pouco da sua vida. Enigmaticamente, anonimamente, falando de coisas comesinhas e importantes, mas sempre sem que tenhamos a password para aceder ao "real". Não é que seja necessario expor-nos, como quando se faz num diário íntimo, mas hoje os blogues são os antigos diários. Só alguns decifrarão muita coisa, mas porque não também deixar outra tanta de forma clara? Felizmente isso também acontece em muitos blogues onde os seus autores fazem perguntas muito simples e directas sobre o que achamos em relação à situaçao pessoal que colocam- e isso revela humildade - (sejamos quem for que estejamos a ler), e os comentários tornam-se diálogos em diferido. (...)
Gosto dos blogues em que tanto se fala da dor que foi aquele dia de solidão, como da euforia de estar com amigos, como de lançarem reptos a outros ou falarem de assuntos da actualidade, ou partilharem videos ou... Esses para mim, desculpem-me todos, são os mais completos. E nao estou a falar do meu que ainda é um bebé de quase 3 meses e a linha orientadora do meu blogue nao obedece necessariamente a um padrão. Isso é redutor. (...)
Este é, então, o meu repto. Que com um pouco de boa vontade (acho que nao é preciso coragem) todos punhamos num post, apenas a nossa foto que pode ficar ilustrada com um pensamento nosso ou de outrém, como fez o DoYou Believe In Angels. [um filme, uma gravação, uma voz...] Não porque o rosto seja feio ou bonito ou porque nao faziamos ideia de como era a pessoa, mas precisamente para nao se fazerem ideias e podermos "incorporar" no nosso padrão de visualização do blogue, não apenas o mundo interior da pessoa mas também o corpo, a cara que transporta na vida. Se alguém invocar ser feio, sem graça ou o que for, respondo que devemos gostar de nós nao gostando sempre de nós. Ou seja, nao basta aceitar o que se é, mas aprender a gostar do que se é. Da mesma maneira que deve haver uma gestão emocional, deve tambem existir uma gestão da nossa relação com o corpo. É que cada um de nós nao tem corpo. É corpo. Sem o corpo biológico ninguem pode ser feliz. E temos de aprender a viver com o corpo sem ser segundo a grelha da leitura estética do tempo em que vivemos. O corpo é outra linguagem; está sempre a falar. Também não é por acaso que somatizamos. Somos um todo. Por isso diria isto: nao ha corpo e alma. Há corpo animado. Não ha afecto sem corpo. Nem o corpo é algo para se comparar, porque o ideal de beleza depende da fase da vida e do nosso próprio padrão. (...)
Nós também somos rosto, e se por vezes partilhamos tanto indo ao fundo da alma, é estranho ser o anonimato o outro lado dessa revelação. Há casos e casos, claro. Fica o repto. Achei gira a ideia concretizada ali, no blogue, e fiquei inspirado para vos desafiar a fazer o mesmo. Para quê? Para consubstanciar melhor a partilha... :)