Nesta altura, ser-me-ia difícil elencar blogues: não seriam todos, confesso, [o que é próprio da natureza humana criarmos maior empatias com uns do que com outros independentemente do motivo que nem por vezes nós sabemos], mas quase todos. E eu gosto mais de dar do que de receber, embora, confesse, o meu primeiro premiozinho me tivesse sabido tãaao bem, e alguns (poucos) desafios que tive mas que agradeci, respondi e criei um revival dessas coisas, para mim novas, e soube-me tão bem o meu primeiro premiozinho, eu não conhecia ninguém nesta galáxia da interactividade blogosferiana, que me senti reconfortado como uma criança sorridente e completamente lambuzada a comer um belo pedaço de chocolate. Por isso, quem só me lê agora, embora agradecendo em particular, mais uma vez à Myosotis, ao Rabiscos e Safanões, ao Minha Literatura Agora e à mf, faça o favor de me honrar (sim é a mim que honram) em levar o meu selo para os vossos blogues.
Aproveito para responder a alguns mails que de quando em vez recebo, dado que a temática é mais ou menos geral. Tenho um enorme sentido de justiça, e isso parecerá estranho a quem me conhece, porque quando se trata de uma questão de justiça, tout-court, (pode ser um acontecimento social, por ex.) eu simplesmente saio de mim e pontifico-me na defesa do que considero ser o mínimo que posso fazer em defesa daquilo que seja elementar e básico.
Tal não torna a minha opinião uma verdade absoluta, como escrevi num post mais atrás, mas faz-me defender daquele núcleo base de princípios morais e humanos que supostamente não carecem de argumentação por todos comungarem deles. Nesse sentido, torno-me irascível na defesa do respeito de cada um, e não me importo de perder amizades em prol desse mesmo sentido de justiça. Dizermos apenas o que o outro quer ouvir não é ser amigo. Amigo também diz educadamente o que não queremos ouvir, no sentido de nos ajudar a crescer. Se depois muda, amua, ou nos declara persona non grata, é com ele. Mas a nossa parte ficou feita. Por outro lado, sou imensamente frágil e vulnerável. Sim, sou honesto, sou humilde, não me considero superior a ninguém, penso ser humilde demais (esqueçamos a humildade na defesa dos direitos porque aí tem de haver firmeza), e acredito que também me subvalorizo. Já agora que tanto iam pressionando para falar mais de mim e menos abstractamente, detesto vitimizações e choros e lamentos, não acredito no destino (somos nós que o fazemos) embora acredite em Deus, ou se preferirem, na definição de Shakespeare para os pretensos sábios (ou os doutos ignorantes, no dizer de Sócrates) , onde refere que há mais coisas entre o céu e a terra do que na nossa filosofia. Não nos esgotamos em nós mesmos. Isso é soberba intelectual pura. E sim, sou terno e meigo e fofo -eh eh- (lá vem a explicação do nick Lobinho também já feita mais atrás) e conheço as minhas virtudes, potencialidades e também as minhas limitações. Mas também me irritam aquelas pessoas que pareceram feitas sob encomenda, ou seja, parece terem vindo ao mundo para dizerem mal de tudo. Não há nada, mas literalmente nada que esteja bem, que se aproveite. Tudo é mau. E não me refiro à política, mas ao geral. Sou apreciador do riso inteligente e adoro rir, e muito mais ainda aquelas ironias bem feitas a la gato fedorento [ embora tantos bloguistas o consigam ainda fazer melhor, sobretudo aqueles que têm páginas muito próprias e não só ], que criticam de forma simultaneamente séria e lúdica, mas sem ser com o mesmo barro de quem critica tudo com ar solene. Estes últimos, que são reaccionários por natureza, que estão sempre a dizer mal de tudo, em que nada está bem, em que tudo se resolve a ferro e fogo ou sem sequer pensarem um pouco antes de mais uma vez afiarem a lingua e o pensamento sem cuidarem de ver mais além, devem ser pessoas muito importantes, muito auto-suficientes, tão certas nas opiniões que mal se dão ao trabalho de pensar que podem estar errados. A estas pessoas assim, sempre a dizerem mal de tudo, francamente irrita-me. Caramba, algo de bom há-de haver na sociedade, nas pessoas e no mundo em que vivemos, com tudo que há de mau e grandioso.
Sim. Sou um daqueles ingénuos que o mundo ainda tem, mas nem por isso abdico de crescer sem me adulterar, como referi pelos meus anos, tendo na defesa da dignidade humana o meu ponto mais alto, ainda que possa vir a ser ostracizado. E são estas duas naturezas cruelmente homogeneizadas no meu plasma vivencial, que fazem de mim um lobinho, um não crítico de bota abaixo, um ser vulnerável, mas igualmente um efectivo paladino do sentido da Justiça, Dignidade e Respeito do e pelo ser humano.
Respeito com inteira propriedade (ainda que possa não concordar aqui ou ali) quem use brincos e piercings e tatuagens e lantejoulas e faça cavalinhos com motas, ou ande de skate em corrimões públicos, ou abane o capacete em cima de colunas de discotecas até quase todos pararem (eu já o fiz de tal forma estava embrenhado na música), ou use calças rotas ou óculos de moda com um preço exorbitante, ou uma t-shirt que vale por um fato (não, eu não uso fatos), ou veja a noiva em cima de uma mota em vez de um carro com latas atrás, ou corra na rua sozinho com lágrimas nos olhos, ou simplesmente expluda numa situação mais crítica e mande o outro àquele lado, tudo isso é intrínseco a cada momento do ser humano que ousa, embora não por hábito. Sim, respeito tudo o que possa parecer estranho com inteira propriedade. É por isso que me debato contra os preconceitos. Não aceito a discriminação seja do que ou de quem for. Porque é pobre, porque pertence a uma seita que nem religião é, porque é esotérico, porque é ultra conservador ou ultraliberal, porque é chato ou teimoso, porque é fofinho demais, ou porque gosta de coisas estranhas (como aquele futebolista há uns anos que se viu a braços com a confissão da mulher ao dizer que ele gostava de usar a lingerie dela), ou as pessoas de etnias várias (o que tem ser-se negro, amarelo, branco, cigano....?), ou os Amish (aquele povo muito peculiar), ou as pessoas homossexuais masculinas e femininas (mas escolheram ser assim?). Tudo respeito com a máxima verdade. O que não respeito e aqui sim, não admito e por isso me insurjo, é contra os conluios, os amiguismos, [ talvez por isso costume dizer que se fosse político, seria um deputado independente ], o ouvir uma coisa e tomá-la como verdadeira só porque quem no-la disse é amigo (e será? com duvidosa formação humana?), enfim, a chamada difamação tácita que, ainda por cima, o outro pode nunca chegar a saber de que foi alvo. Estes são os anticorpos que ainda não tenho. E por isso não me justifico. Tento violentar a verdade, como um parto necessário a alguém que quer fazer de uma realidade um nado-morto, quando afinal nasceu bem. Isso, meus amigos, mexe comigo até ao tutano, porque para finalizar este longuíssimo post que nem eu sabia que ia escrever (a culpa é dos prémios que recebi e de alguns e-mails atrasados, embora poucos), o sentido de justiça e do respeito pelo outro, merece sempre que ouçamos todas as partes, todas as versões, o que não significa que por isso tenhamos de decidir seja o que for, mas pela mesma ordem de razão, também não devemos correr o risco de abraçarmos uns enquanto apunhalamos outros. Sejamos honestos na nossa mediocridade de nos pensarmos bons.
Alguém tem um iogurte ou um docinho cremoso que daqui a pouco estou a comer o teclado só para não parar a escrita? ;) É que vai tudo por atacado.
Na barra do lado, deixo sempre uns dias a votação da pergunta anterior, e depois apago para nova votação da semana. À pergunta sobre quem eram as entrevistadoras favoritas, entre Constança Cunha e Sá, Fátima Campos Ferreira e Judite de Sousa, ganhou esta última com uma margem relativamente grande. Na semana anterior, de qual o melhor comentador, entre Marcelo Rebelo de Sousa, Miguel Sousa Tavares e Vasco Pulido Valente, ganhou Marcelo Rebelo de Sousa com a mesma folga com que esta semana ganhou Judite.
Beijinhos e abraços a rodos a todos, (levem o que quiserem, não tenho pruridos) e muito francamente, este blogue não faria sentido sem vocês. Move-me a partilha. E por isso vos estou sempre a instigar a partilhar. Com fotos, com palavras, com coisas do dia a dia, whatever, mas façam-nos também para além do resto que já fazem nos vossos blogues. Fica o sempre eterno repto;)
Aproveito para agradecer a algumas pessoas que obviamente não conhecia nem conheço, mas se foram juntando ao "Sair das Palavras". Tanta gente simples que começou mais ou menos ao mesmo tempo que eu, outros que se foram dando mais a conhecer ou estão a começar agora, nomeadamente nas suas artes e nas fotos que começaram a postar, desde férias até um fim de semana ou um dia normal em casa ou algo que viram na rua - que muito agradeço já que tanto insisti em nos darmos mais - e outras pessoas que já cá andam há imenso tempo e devagarinho foram entrando neste canto.
É como digo: quanto maior a rede de amigos ainda que virtuais e com quem possamos partilhar pontos de vista ou simplesmente aprender e ver conteúdos e blogues, melhor. Não sou muito apreciador de seguir só determinados blogues porque também não nos enriquecemos muito. Para isso tenho contactos dos amigos reais no telemóvel. Ainda que, a qualquer momento, qualquer amigo virtual possa passar a real. Mas entendo e respeito, lá está, que muitos assim o façam.
Deve faltar escrever alguma coisa, mas também já me estou a perder com sono, e como não costumo falar assim de mim, aqui fica com retroactivos.
Fiquem bem, obrigado pelos comentários que não tenho por hábito responder, mas que obviamente considero. Costumo preferir mais comentar os outros blogues, sem prejuizo da grande e natural satisfação em receber comentários, como é claro.
A todos, uma BÓPTIMA semana, e como dizia Saint Exupery:
Eu não preciso de ti
E tu não precisas de mim
Mas se tu me cativas
Nós precisaremos um do outro