Não sei se escrevo um post, se vou visitar todos os vossos blogues, se passo os selos que tão amigavelmente recebi! Eu não digo que a blogosfera é stressante? E ainda falam no twitter! A nossa vida não é uma agência de notícias, e gosto mais dos blogues onde falamos da interioridade das coisas e sobretudo de nós. Mas falar de nós, não são apenas as impressões que as trivialidades diárias nos causam. Isso é falar do que passa por nós, mas não necessariamente de nós. São meras constatações do dia a dia das quais nada se infere do próprio. Move-me a partilha e o amor.
E sou um felizardo com comentários tão belos - e acredito sentidos -, que me deixam (e pelo meu blogue ser "digno de existir", como refere este selo oferecido pelo Gonçalo do blogue "O Sabor da Palavra"! (olá Gonçalo, foi bom ver-te de novo a passar por aqui nos comments). Diz ele que devemos fazer o elogio fácil, não o gratuito, mas o fácil, ou seja, aquele que é sentido e que geralmente não dizemos porque sim. Ele defende, tal como eu, que devemos fazer elogios sempre que sentidos porque isso aumenta a pessoa, não a idolatra nem vangloria: apenas diz o que sentimos dela, apenas a afaga com a palavra (porque sincera e sentida) e um sorriso, um elogio fazem muito bem à alma, ao mood, ao animus, enfim, à pessoa como um todo. Quantas pessoas não nos merecem admiração mas por entranhados motivos na sub-consciência social e pessoal não damos (parece mal? vergonha? queremos só para nós?). Por isso há que elogiar sempre e repetidamente o que sentimos e vemos no outro, porque o elogio fácil não é o elogio gratuito.
Ninguém é perfeito e a vida já é tantas vezes complexa, que andar a reclamar de tudo e de todos como escribas irritados que quase só apontam as incorrecções (ainda que o não sejam), não apenas não contribui para o nosso bem-estar como também não aumenta o bem-estar dos outros. Denunciemos o que achamos mal pelo nosso prisma de valores e pela perspectiva individual, mas não façamos disso um hobbie profissionalizado que nos esquecemos também de elogiar. Sempre. Muito. Qualquer pessoa. Repetidas vezes. Condição única: valorizarmos efectivamente aquela pessoa pela sua atitude, gesto, atributo, pelo que vemos nela, e não porque fica bem elogiar dado que outros o fazem ou porque seria socialmente correcto. Pessoalmente, repito, sou um felizardo ao falar de vocês, porque me mimam de uma maneira que sinto sentida, e não apenas um comentário de ocasião (embora também os possa haver e por certo haverá).
Quando sabendo que não ia estar com disponibilidade interior e também de tempo para vir à blogosfera e já passavam cinco dias, escrevi-vos o "Myosotis" (olá amiga com esse nome de blogue) em que não apenas vos dizia que não estavam esquecidos, como atribuía o significado de myosotis: "Não te esqueças de mim". E ao escrever esse post, os vossos comentários não deixaram de me surpreender, mesmo quando já penso conhecer alguns melhor.
Ler coisas como "Longe ou perto estarás sempre aqui"; "depois de tanta dedicação só faltava agora tu esqueceres-te de nós"; "Esquecer de alguém tão pleno como tu é uma missão impossível", "Achas viável que te possamos esquecer", "Quero-te bem", "espero que não fiques longe muito tempo pelo menos para sabermos que estas bem", "na dúvida vou-te escrever", " sei bem que não é preciso vir aqui para me lembrar de ti", "obrigado amigo, pela disponibilidade interior que sempre que podes nos dedicas e fica sabendo que fazes imensa falta", "és muito especial" "só para dizer que nunca te esqueço" "não me esqueço de si...mas de vez em quando diga somente:OLÁ! estou bem.", entre outros... faz com que eu possa morrer em paz. :)
Acende-se um sorriso emocionado dentro de mim e como poderia querer mais desejos aqui na blogosfera se não o tal elogio fácil, porque sentido e não meras palavras de simpatia ou cortesia? É por isso que quando visito um blogue é exactamente isso que tento fazer: visitar, como quem se senta e ouve o que o outro está a dizer e não para galgar comentários e ter a missão cumprida. Como são muitos, há sempre uns que me escapam ou que, pelo factor tempo, leio mas não comento. Mas leio. Não olho na diagonal para passar ao próximo. Por isso gosto de ver e não de olhar os blogues, como se costuma dizer ( e apesar de eu não gostar de usar clichés).
O selo do pai natal foi-me gentilissimamente oferecido pela Malu, do blogue Infinito Particular, uma amiga que descobri recentemente, tal como o Gonçalo. As regras são indicar 12 blogs para recebê-lo e mencionar os nossos desejos neste Natal. (*)
Escolham o selo que quiserem. É para todos, mas vou enfatizar alguns:
Paulo Intemporal, Pedro Ferreira, Fragmentos Repartidos, Gonçalo Cardoso, →a' , Élio Filomena, Susana (Terra de Encanto), Natália Augusto, Luis Gonçalves Ferreira, Miguel Ribeiro (Em Cada Despedida), Teresa Santos, Arco Íris, Moonlight, Carla (Tatuagens), Rui (Templo do Amor), Ana Sofia Serrano (mortalerosa), Charlotte, Kotta, Khora, Mikas, Tenessee, Gonçalo Duarte Reis...
... e vão ver, quando explorarem melhor alguns destes blogues, que afinal o meu não é tão especial quanto isso. Limito-me a brotar as palavras directamente da Emoção, a educadamente dizer o que sinto (mesmo quando não gosto), e a indefectivelmente reclamar a Justiça mas não me armar em justiceiro (e aí sou inamovível porque se mexe com o mais sagrado do ser humano). Saem-me ganas de Justiça, mas não a brutalidade das palavras e dos gestos.
(*) O que quero para o Natal? Não falhar a vida, como penso que venho falhando. Nem todos são auto-suficientes e preciso muito dos outros. Sou loucamente alegre (as crianças são sempre alegres e brincalhonas) mas no blogue dou mais o meu outro lado. (Viram como falei de mim e não do que passa por mim?) Just try it :) E, sim, claro que posso dar o meu número a quem me escreveu: mas enviem s.m.s. (Acho tão mais bonito do que uma fala entrecortada). De qualquer forma isto não é uma carta para o mundo por isso não vou falar muito mais de mim. Tenho de arranjar outro registo para não me perder nestas divagações.
A todos, até já... e obrigado pela amizade que creio sincera.