Luzes amarelecidas, moveis chiquérrimos e caríssimos de outra eras mas feios, escuros, tenebrosos, tal como as óperas, operetas e demais, cavernosas, a meia luz, doentias, fúnebres. Quero luz e som, alegria e um mundo cheio de pessoas verdadeiras. Todos os dias falo com pessoas sem mostrar quem sou, mas a rapariga do dia da morte chorou e foi-se embora depois de tantas horas. Um cemitério, um olhar, uma chuva intolerante, e de repente noutro lugar, outra mulher que não esta, presunçosa, convencida, vaidosa, simultaneamente afável e dona da razão, simbolicamente representando tantas outras, e lá vem a natureza do artificial e sabichonismo, doutrina social onde as pessoas se tornam camaleões.
Acabou-se o programa. Tudo é bonito, fofinho e azul. Acabou-se a tempestade e a loucura também. A noite é calma e convidativa. Depois da história a mãe vai dar-te um beijinho e não se esquecerá de te aconchegar no quentinho da roupa lavada. Dirás adeus, e Deus permita que amanhã ainda encontres quem amas.