9.3.12

BAÇO



no papel amarrotado da tua história
pincelas lágrimas de ausência
e no aconchego da noite
 fazes tua a festa solitária

sorris as pétalas perfumadas
 de um odor matinal
como promessa tácita
de um devir que já não pensas

foram-se os sonhos por agora
deitados no luar da alma imensa
e sentes já o desencanto dos pássaros
 no ninho que morre

silente a brisa noctívaga
em abençoado
 perfume de vazio
com que te asperjes
 nas mãos do sentir

e vais assim. leve e triste.
 sem lágrimas nem dor
amor cativo e presente
de um futuro que não espera...