no papel amarrotado da tua história
pincelas lágrimas de ausência
e no aconchego da noite
fazes tua a festa solitária
sorris as pétalas perfumadas
de um odor matinal
como promessa tácita
de um devir que já não pensas
foram-se os sonhos por agora
deitados no luar da alma imensa
e sentes já o desencanto dos pássaros
no ninho que morre
silente a brisa noctívaga
em abençoado
perfume de vazio
com que te asperjes
nas mãos do sentir
e vais assim. leve e triste.
sem lágrimas nem dor
amor cativo e presente
de um futuro que não espera...