Nem tudo o que pensamos está certo, por mais que a dogmática razão insista em que nada para além dela funciona! A ideia de que a inteligência é intelectual, está ultrapassada. Há vários tipos de inteligência, como a emocional, a artística, criativa e por aí fora! A inteligência de um escultor está-lhe nas mãos, por exemplo! E não é a inteligência intelectual (muito pelo contrário) que consegue dizer que vive mais autenticamente quem mais ama, e não quem mais triunfa!
Muitos de nós vivemos aterrorizados com a morte, a doença, o desemprego, hipotecando o presente para um futuro que será sempre incerto e que pode nem acontecer. E a ideia do fracasso imediato ou a médio prazo, não significa nada, já que o êxito pode ser enorme mesmo que não o venhamos a ver. Em termos imediatos, Cristo fracassou. Abandonado, traído, só! Mas ressuscitou (a que a Igreja chama de Domingo de Páscoa ou da Ressurreição) e, por isso, afinal, a longo prazo, triunfou (Cristianismo)!
As coisas não devem ser vistas no imediatismo. Ouço a história dos pais que morreram, e que tinham um filho com uma vida perfeitamente errante e desaustinada. O acidente veio despoletar no filho os valores que a mãe lhe tinha incutido. Aquela mãe foi um fracasso em termos imediatos, mas foi um êxito (só que já não viu, em termos mediatos), porque se não tivesse feito o que fez, o acidente não teria trazido nada de novo ao filho anos mais tarde! Há mais bem do que mal no mundo; a diferença é que o bem não faz barulho!
A melhor definição que conheço de Deus é a de S. João: "Deus é Amor". E Deus está tão longe das imagens de alguém cruel e castigador, dos fanatismos religiosos, ou das pessoas que rezam e se ritualizam sem fazerem oração também no dia a dia através das atitudes! E, sim, claro que isso também é válido para todos os que, devendo ser exemplo, prevaricam, levando as pessoas a tomar o todo pela parte! Deus está longe disto tudo. Muito longe. Na Idade Média, curiosamente, a Igreja considerava a tristeza um pecado, não só porque revelava falta de auto-confiança, como também de confiança em Deus, e Deus é alegria, Deus é amor!
Existirá sempre realização e frustração! O caminho da fé é um caminho sempre único e pessoal e raramente cheio de rosas, porque a fé desinstala, coloca-nos dúvidas em e para crer, obriga-nos a pensar, mas também a assumirmos as limitações de que não chegando à compreensão de um mistério, então ele deixa de existir. A isso eu chamo arrogância, soberba intelectual, e se é verdade que para crer precisamos de nos interrogar, de pôr tudo em dúvida, incluindo o que nos foi ensinado, não é menos verdade que sem espírito de humildade jamais estaremos receptivos a tudo o que nos transcenda! A fé também passa por aí!
E agora que termino este post, - mais longo do que eu mesmo esperava -, agradeceria apenas, antes de desejar uma Páscoa Feliz , os comentários que me deixam em tudo o que vou partilhando, seja nos poemas, em textos reflexivos, músicas ou fotos. Aliás, cabe-me repetir que as fotos de todos os posts são sempre tiradas por mim, mas estar a personalizá-las com o nome, dar-me-ia o maior dos trabalhos - (ah sim, eu tenho o pecado da preguiça entre tantos outros, mas nunca disse que era virtuoso nem pretendo ser, ;) - porque a personalização seria individual e, ao que julgo conhecer, não há maneira de poder personalizar pastas inteiras de uma única vez (o que seria o ideal)!
É claro que a montagem abaixo justifica a excepção ;) Mas também me permite confessar delicadamente outro pecado: o da guloseima ;) porque (esta é para ti, Paulo Silva) nao tenho cuidado nenhum com tudo o que é doce ;)... De resto, apetece-me, (sem vaidade), colocar sempre as fotografias em tamanho grande, mas depois, não apenas não fica muito proporcional ao texto, como não dá uma visão de conjunto do post, e quero o melhor para quem me segue ;) De qualquer forma, carregando nelas, podê-las-ão ver aumentadas (para quem gostar de fotografia, claro). E, assim, embora o blog não faça anos hoje (fê-los em Janeiro, apesar de eu ser muito discreto, - talvez envergonhado - nessas coisas), aproveito esta época festiva para agradecer a amizade consolidada de tantos, que há muito deixaram de ser virtuais, penitencio-me pela presença intermitente em tantos blogs amigos, e espero ter contribuído, pensando de alto nestes últimos posts, para aquilo que será sempre uma reflexão individual, uma caminhada única, onde a ressurreição estará sempre a um passo do saber, mas nunca rendido a ele!...