Poderás até sentir aquele mal estar de quem não sabe estar bem, mas as asas dos anjos têm primeiro de conhecer as cores, antes de infundirem o branco jaspe de neve! Nem o mais bonito e sincero sorriso, te pode livrar das provações da alma. Amordaçam num processo de maturação que ninguém quer, mas porventura necessário nos labirintos do crescer.
E sabendo-te porventura assim, também eu me provo e manieto, já que da leveza as correntes havia de tirar. Mas os pescadores continuam a cozer as redes, sem as quais apenas peixes avulsos entrariam no festim empobrecido.
Recolhe-te sem te evadires, e regressa ao ínício sem deixares de querer voltar ao caminho! Nessa terra húmida e grávida estão as raizes paralelas, que beberão do adubo humano, a certeza do ser.
Perceberás, então, o poder de um abraço, e serás tu o próximo na terrível avalanche dos porquês, a perceber que o momento é tão sagrado quanto o tempo, sobreponde-se aos lamentos circunstanciais de uma revolta impenitente, onde o sorriso e o amor, contemplarão com outra perspectiva, aquilo que um dia julgaste o fim.