Dormi nos lençóis da dor
atado pelo linho da alma.
Na dança febril do sono,
vi o buraco da
ferida gotejante,
e acordei a afogar-me
no mar reclamado da paz.
Das mãos secaram
os silêncios balsâmicos
em cuidados intensivos,
e do coração brotou uma flor
solitária,
bandeira tenaz
do perpétuo testemunho,
de que só descalço
se pode sentir o húmus
telúrico nos tubérculos
emotivos da entrega.