na tranquilidade outonal do ser
que matiza as cores da alma
para voltar ao caminho de terra batida
onde os passos se fazem firmes,
mais firmes do que o alcatrão sólido
que escorrega perturbado as
confidências esquecidas,
como um amor que não se esquece,
ou não se teve, guardado para sempre
entre as asas da entrega,
incondicional e oblativa,
que carrega consigo
o sentido da vida,
em momentos perpetuados de ser,
como alguém que cresce e se faz,
porque acolheu em si o motor vital,
e não abandonou miserável
o bater do coração,
fonte de vida que brota assim,
consistente e sustentada,
em jeito de caminhar rebelde e
confiante, como quem apanha
com gotas de chuva
e lhes conhece o sabor,
temperado com a brisa de dias
quentes, até dizer à chuva que
conhecem e falam a mesma linguagem,
a que se esconde e revela
nos interstícios luminosos do dia,
em momentos tão grandiosos quanto
solitários, num resgate entristecido
como uma crisálida suspensa
até se transformar...