20.3.22

DIA INTERNACIONAL DA FELICIDADE


A felicidade, cujo dia internacional hoje se comemora, juntamente com o início da primavera, é aquilo que cada um concepcione ser, mas há alguns conceitos que precisam de ser desmontados, como quem atribui à riqueza a sua fonte.

Ter dinheiro proporciona bem estar, conforto, prazer pessoal, mas não é a felicidade em si. Traz imensa alegria, mas a felicidade é algo que perdura no tempo, a alegria é temporal.
Porque uma pessoa deixada numa ilha paradisíaca com tudo ao seu dispor, depressa esgotava a sua verdade existencial se não houvesse a partilha, o sentimento de que é desejada, amada, apreciada, de que ela mesma pode contribuir para a felicidade alheia pelo que é, e não pelo que tem.
Uma pessoa, que por. ex. tenha um índice de felicidade de 45, e que por força de algum euromilhões passe para 90, ao fim de algum tempo, tende a voltar ao 45.
Sim, houve um pico no bem estar, no poder fazer tudo o que o dinheiro pode comprar, mas isso passa, porque a felicidade é insusceptível de avaliação pecuniária.
O dinheiro não compra o amor, os amigos de verdade, a saúde. O dinheiro é uma necessidade inequívoca e que contribui para nos sentirmos bem, sem apertos financeiros, o que nos alivia imenso e provoca um estado de desafogo e alegria, o dinheiro é necessário para garantir as nossas necessidades básicas e caprichos que momentâneamente nos deixem loucos de alegria, o dinheiro faz falta por diversos motivos, e por isso tem uma importância incontornável, é indiscutivelmente imprescindível, mas continua a não ser a felicidade.
Porque a Felicidade é Amor. É sentir que caminham connosco, que somos compreendidos e desejados, que se tornam solidários connosco mesmo quando nada têm que ver com o assunto, mas vêem nele uma injustiça (a um nível macro tivemos Timor e agora a Ucrânia, a um nível pessoal pode ser ainda mais importante se não houver mais ninguém), é beijar um cão, é rebolar na relva e rir porque não existe maldade nas piadas, além de o sentido de humor não se comprar, e ser benéfico para a saúde mental e física, e um desbloqueador de problemas insolúveis.
É ser abraçado, ter o coração a palpitar, ver o mar e a lua, o nascer do sol, secar uma lágrima, entenderem a nossa, rirmos desbragadamente inocentes sem clichés sociais do politicamente correcto, fazer caminho com pessoas inteiras, ter saúde, partilhar, ouvir a noite, oferecer e receber um sorriso, dirimir conflitos, evitarmos que se cometam injustiças, pugnar pelos que necessitam de atenção e não pelos que a ostentam, é sermos compreendidos, aceites, valorizados, livres...
É sempre nas coisas simples que se encontra a felicidade. Mas mais ainda, na relação humana da simplicidade, da autenticidade, da confiança e do Amor. E não se é feliz todos os dias, mas na compreensão das nossas atitudes e no alento que nos dão.
Tudo o resto é importante, mas acessório para que possamos dizer com propriedade, que somos felizes, porque sem o Amor nas suas diversas vertentes, o mero hedonismo é um diamante reluzente perdido no deserto, mas ofuscado pelo sol que verdadeiramente brilha, sem uso nem esplendor. Como alguém que comprasse os maiores luxos, casas palacianas, carros topo de gama, mas de que valeria tudo isso se, depois, não tivesse com quem partilhar essa alegria que julgava ser felicidade se não é desejado, amado, compreendido?
Só o Amor, o que recebemos e damos gratuitamente, liberta e dá razão à existência...