8.3.23

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

 



Tecnicamente, não devia existir o Dia Internacional da Mulher que hoje se comemora, porque, antes de mais, a igualdade é intrínseca ao género humano, como a cor, a raça, orientação sexual, condição social...
Foi, aliás, no dia 8 de Março de 1857, que as operárias de uma fábrica de tecidos, em Nova Iorque, fizeram uma grande greve e ocuparam a fábrica reivindicando melhores condições de trabalho, nomeadamente a equiparação de salários com os homens.
A manifestação foi reprimida com total violência, e as mulheres foram trancadas dentro da fábrica, posteriormente incendiada, tendo morrido cerca de 130 tecelãs carbonizadas. Em 1975, a data é oficializada pela ONU em homenagem a estas Mulheres e à sua Luta, estendendo-a a todas as mulheres...
E, já que se comemora o Dia da Mulher, que tem muito pouco de romântico, como muitos "dias de...", dado que são uma homenagem a algo trágico, e porque estamos atrasados em preconceitos,
(a desigualdade é um preconceito, tal como tudo o que ostraciza em função de uma ideologia pessoal, acrítica e seriamente danosa, a começar na dignidade da pessoa humana, efectivando-se também nas causas, nos direitos, na falta de respeito pelos valores alheios),
então que estes dias tenham a putativa pedagogia de dignificar simbolicamente, homenageando...
É lapidar esta frase de Simone de Beauvoir:
"Não se nasce mulher! Torna-se!".
E é isto que aprecio numa Mulher: a alma guerreira que nada deve ao género masculino, sem, por isso, deixar de ser uma Senhora!
Porque nem todas são mulheres e senhoras, caindo em extremismos de afirmação, ou em altivez de condição social ou soberba intelectual.
Mas estas, as mulheres que também são senhoras, e vice versa, possuem a "força do sofrimento" para suprir o que falta e a tudo acudir por piedade ou compaixão, não a obrigação ou resignação!
No entanto, são igualmente delicadas, como se não tivessem enterrado as mãos na terra, e acolhessem com o perfume do amor, e a suavidade da generosidade, aquilo que o próprio Homem e a vida, esbofeteiam no Outro, deixando-O nas cinzas do abandono e solidão...
Esta dupla qualidade, não é qualquer pessoa que a tem! Tem-na, quem possui a inteligência do coração, e a bravura da alma, numa firmeza simples de Ser e de se dar como pessoa...