Tirada em 2008
"Fui sempre todo doente, todo agónico, todo inocente, todo sensual, todo humilde, todo violento, todo sincero, todo pecador, todo poeta!... O caixão que me levar dentro, leva uma vida humana maciça". (Miguel Torga)
Se me tivesse de definir, definir-me-ia assim. Porque só temos uma vida, e não valemos nada para além do que julgamos. Precisamos de desmascarar a hipocrisia, alimentar a amizade sem a confundirmos com partidarismos, lançarmo-nos no Amor mesmo que batamos com a cabeça e fiquemos aos cacos, estender a mão a quem não conhecemos mesmo que se afigure um andrajoso barbudo e mal cheiroso, derrubar o Tempo e viver nele. De que servem as cortesias, os sorrisos de ocasião, os gestos interesseiros, o estar com todos e querer a todos agradar? Nada. Só temos uma vida. Gastemos a voz pela verdade; a sensibilidade pelo amor (e há várias formas de amar); a verticalidade dos valores pela solidão, se necessário for. Mas vivamos. Para que o caixão leve dentro uma vida e não um corpo...
Até já :)