Vou-me embora.
Na realidade permaneço
em mim,
mas vou-me embora.
Vou-me embora do
desejo de esperar,
como quem encolhe
os ombros perante
a fealdade do tempo.
Vou cristalizado
sem vontade de partir
mas tenho de me ir embora.
Se eu ficar,
estarei a dar à demência
a ilusão da felicidade!
Por isso vou-me embora,
mesmo ficando aqui!
No canto vazio do sonho...